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CIRCULACOR :: 2009

Mandalas

 

Simbolizando o centro do mundo e identificada com o ano nas sociedades primitivas, a mandala (palavra sânscrita que quer dizer círculo, circunferência) tornou-se, logo depois, símbolo da santidade e eternidade dos templos, aparecendo claramente nos santuários de todas as épocas e civilizações, querendo significar que o plano arquitetônico do templo é obra dos deuses e se encontra no centro da circunferência, muito perto deles, sendo, portanto, um lugar sagrado, livre de toda a corrupção terrestre. 

 

Como símbolo do centro do mundo, a mandala dá forma não apenas às cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também à mais modesta habitação humana.  Nas populações primitivas, a edificação das moradas tem início num poste central, espraiando-se a partir dali, colocando os moradores em contato com os três níveis da existência: o inferior, o médio e o superior. Assim, a mandala pode representar para o homem não só o seu abrigo interior, como permite  igualmente o seu reencontro com Deus. 

 

Nas artes plásticas, a mandala apresenta sempre uma grande profusão de cores e formas, conduzindo e ajudando na concentração para atingir outros níveis de contemplação. Por isso, sua elaboração é uma forma de meditação constante; um processo lento, com movimentos meticulosos, que se repetem e conduzem essa meditação a um ponto central, permitindo a imaginação de uma detalhada estrutura tridimensional e - por que não?  - espiritual.  

 

Após ter incursionado por diversas formas de arte, movido por uma inquietação constante que se manifestou desde cedo no desenho e prosseguiu na propaganda, George Alberto Peixoto, é um artista altamente criativo, cujo mundo interior, rico de formas e cores parecem estar  conduzindo-o,  lenta e gradativamente, para uma estrada que leva a um universo mais interiorizado.

 

Suas mandalas, embora não tendo a conotação mística e religiosa das rosáceas do templos góticos, estão plenas de vida em suas mais variadas manifestações, desde a alegria pura e simples do apenas viver, até as visões interiores que o ser  humano pode ter, em busca de respostas para as inquietações diante do mundo. São um moto contínuo e perpétuo, Decerto exatamente à procura da explicação para os porquês da vida. 

   

Mauro Júlio Amorim

© 2016. Design por Toró Comunicação. Fotos das obras por Sérgio Vignes.

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